quinta-feira, 26 de maio de 2011

VAMOS AO QUE INTERESSA

Prezados e dedicados leitores de Utopia,

Vamos tratar de alguns temas relevantes para nosso desafio em tela.
Num primeiro momento desfrutem da leitura. Este tipo de atividade é na verdade uma oportunidade de aprofundar a visão do mundo para além de nossos estômagos. É interessante notar como os utopianos tratam ouro e prata. “Enquanto nos outros países tirar de alguém esses metais é como arrancar-lhe dolorosamente as próprias entranhas, em Utopia, s por alguma circunstância fosse perdida a totalidade deles, ninguém se sentiria empobrecido por isso de um vintém sequer.”. Literalmente usam como privada. Mas por quê? Deve-se perquirir a intenção da estória. Thomas More não se filiava a adoxografia, pelo contrario, queria trazer lições eficazes do mundo ideal para o mundo real.

Sempre é útil observar que em todo o livro a uma asseveração do pragmatismo político, in verbis:

“Esta nação, situada em frente à ilha da Utopia, nas margens do Euronston, fez, outrora, a guerra, porque seu rei pretendia a sucessão de um reinado vizinho, em virtude de antiga aliança. O reino vizinho foi subjugado, mas cedo se reconheceu que a conservação da conquista era mais difícil e onerosa do que a própria conquista.

A todo momento havia revoltas internas a reprimir, ou tropas a enviar para o país conquistado; a cada instante era-se forçado a combater pró ou contra os novos súditos. Em conseqüência, o exército tinha que ser mantido de pé, e os cidadãos eram esmagados pelos impostos; o dinheiro fugia para fora; e, para lisonjear a vaidade de um só homem, o sangue corria em borbotões. Os curtos instantes de paz não eram menos desastrosos do que a guerra. A dissolução das tropas lançara a corrupção nos costumes; o soldado voltava ao lar com o amor da pilhagem e a audácia do assassinato, resultado adquirido no trato da violência nos campos de batalha.

Essas desordens, esse desprezo geral pelas leis, provinham de que o príncipe, ao dividir sua atenção e cuidados entre dois reinos, não podia bem administrar nem um nem outro. Os acorianos quiseram pôr um termo a tantos males; reuniram-se em conselho nacional, e, polidamente, deram ao monarca a escolher entre os dois Estados, declarando-lhe que não podia mais carregar duas coroas, e que era absurdo que um grande povo. fosse governado por uma metade de rei, quando ninguém desejava um almocreve que estivesse ao mesmo tempo a serviço de outro patrão.

Esse bom príncipe resolveu-se: cedeu o novo reino a um dos seus amigos, que foi expulso dali logo depois, e contentou-se com seu antigo domínio.”

É certo que não há no livro uma pregação de natureza política simplista. Há uma forma de expor uma sociedade que seria, em tese, perfeita na medida da perfeição do homem que a compõe. A escravidão e o cerceamento da liberdade de transito, por exemplo, nada mais são do tentativas de domesticar o “lobo do homem”.
A crença no trabalho como forma de moldar o caráter é importante. Como também o é o respeito aos acordos e as leis do estado, vejamos:

“É por isto que os utopianos pensam que é necessário observar não só as convenções privadas entre simples cidadãos, mas ainda as leis públicas, que regulam a distribuição das comodidades da vida, em outros termos, que distribuem a matéria do prazer, quando estas leis foram justamente promulgadas por um bom príncipe, ou sancionadas pelo consentimento geral de um povo, nem oprimido pela tirania, nem imbuído pelo artifício.

A sabedoria reside em procurar a felicidade sem violar as leis. A religião é trabalhar pelo bem geral. Calcar aos pés a felicidade de outrem, em busca da sua, é uma ação injusta.”


Dizer que o texto se aproxima de uma fábula não é exato mas não se afasta tanto da idéia geral das fábulas (lição moral). Ao pensar em fábulas imediatamente me recordo das de Esopo e dentre as várias deste mítico fabulista a “Raposa e as Uvas” sempre me fazem companhia. “É fácil desprezar aquilo que não se pode obter” ou “Aqueles que são incapazes de atingir uma meta tendem a depreciá-la, para diminuir o peso de seu insucesso.” Mas estes são assuntos para outro momento.

O aspecto moral influencia a forma como o Estado é organizado e como a cultura se propaga. Veja o caso dos escravos.É importante saber qual a origem do seu estado de cativeiro, pois, daí, decorrerão tratamentos mais ou menos aflitivos. Pratica-se a eutanásia. Vejam os senhores como esta sociedade respeita seus cidadãos.

Bom, são inúmeros os aspectos deste material fantástico. Atenção aos personagens principais, a organização política legislativa em Utopia, costumes e estrutura social.

Abraço e de todo meu coração lhes desejo sucesso,


Walington Jr.

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